ATA DA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 08-3-2006.
Aos oito dias do mês de março do ano de dois mil e
seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mônica Leal, Neuza Canabarro e Raul
Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ibsen Pinheiro, Luiz
Braz, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Professor Garcia e
Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Educação, Cultura
e Esportes, os Pedidos de Informação nos 053, 054, 055 e 056/06
(Processos nos 0955, 0957, 0958 e 0959/06, respectivamente); pelo
Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 303, 304 e 305/06
(Processos nos 1083, 1084 e 1085/06, respectivamente); pelo Vereador
Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência nos 270 e 282/06 (Processos
nos 1001 e 1021/06, respectivamente); pelo Vereador Almerindo Filho,
o Pedido de Providência nº 279/06 (Processo nº 1018/06); pelo Vereador
Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 284 e 285/06
(Processos nos 1028 e 1029/06, respectivamente) e o Projeto de Lei
do Legislativo nº 037/06 (Processo nº 0948/06); pelo Vereador Carlos
Comassetto, o Pedido de Providência nº 283/06 (Processo nº 1023/06); pelo
Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providência nos 307, 308 e
309/06 (Processos nos 1095, 1096 e 1097/06, respectivamente); pelo
Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 286, 287,
288 e 302/06 (Processos nos 1039, 1040, 1041 e 1081/06, respectivamente);
pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 262
e 299/06 (Processos nos 0975 e 1052/06, respectivamente); pela
Vereadora Maristela Meneghetti, o Pedido de Providência nº 278/06 (Processo nº
1009/06); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providência nos
217, 218, 219, 220, 221, 222, 241 e 242/06 (Processos nos 0821,
0822, 0823, 0824, 0825, 0826, 0873 e 0874/06, respectivamente) e o Projeto de
Lei do Legislativo nº 033/06 (Processo nº 0907/06); pela Vereadora Mônica Leal,
o Pedido de Providência nº 0300/06 (Processo nº 1061/06); pelo Vereador
Professor Garcia, o Projeto de Resolução nº 056/06 (Processo nº 1088/06). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 109, 110, 143, 144 e 145/06, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Também, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Luiz Braz, solicitando renovação de votação para o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 037/05 (Processo nº 4829/05). A
seguir, o Senhor Presidente informou a ausência da Senhora Carem Conceição da
Silva Fortunato e do Senhor Francisco Isaias, respectivamente Presidenta e
Associado do Centro de Apoio ao Portador da Anemia Falciforme do Rio Grande do
Sul – CAPAF/RS, entidade que faria uso da Tribuna Popular no dia de hoje. Na ocasião, o Vereador Bernardino Vendruscolo
manifestou-se, registrando a presença dos Vereadores Marcos Antonio
Scheffer e João Carlos Martins, do Partido Democrático Trabalhista do Município
de Iraí – RS e o Senhor Presidente registrou o recebimento de convite para o 6º
Festival da Pesca ao Dourado, a ser realizado do dia vinte e quatro ao dia
vinte e seis de março do corrente, no Município de Iraí – RS. Após, por solicitação
do Vereador Claudio Sebenelo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma ao Médico Edison Roberto da Rosa Fiel, falecido no dia quatro de março
do corrente. Em continuidade, o Vereador Claudio Sebenelo formulou Requerimento
verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que a Mesa Diretora
realize diligência em relação ao não-comparecimento, em Tribuna Popular, da Senhora
Carem Conceição da Silva Fortunato, Presidenta do Centro de Apoio ao Portador
da Anemia Falciforme do Rio Grande do Sul – CAPAF/RS. Na oportunidade, o Senhor
Presidente manifestou-se relativamente às comemorações do Dia Internacional da
Mulher e leu um poema de autoria do Escritor Pablo Neruda, em homenagem a essa
data. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 032 e 025/06, este discutido pelo Vereador
Adeli Sell, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 003/01,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, os Projetos de
Lei do Executivo nos 004, 007 e 008/06, os Projetos de Resolução nos
022 e 023/06; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
044/05 e 002/06, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 150/04, discutido pelos Vereadores João
Carlos Nedel e Carlos Comassetto, 016/06, discutido pelo Vereador Márcio Bins
Ely, 094/04, 330/05, 001, 008, 015, 018 e 026/06, o Projeto de Lei do Executivo
nº 001/06, os Projetos de Resolução nos 158 e 159/05, 003, 004, 008,
009, 010, 013, 014, 017, 019, 032, 038, 042, 045, 046, 047, 048, 049, 050 e
053/06. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da Vereadora Luz Denisse
Castro, de Villa El Salvador, Peru, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que
discorreu sobre sua participação no “III Seminário Anual da Rede 9 URBAL – Financiamento Local e Orçamento
Participativo”, que está sendo realizado em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador João Antonio Dib considerou excessiva a quantidade de
Projetos em tramitação nesta Casa, alegando que existem leis em demasia e
apontando Projetos em Pauta que, segundo Sua Excelência, poderão se tornar leis
inócuas. Ainda, afirmou que o papel principal a ser desempenhado pelos Senhores
Vereadores é o de fiscalizar e aprimorar as leis existentes, bem como cobrar
medidas do Poder Executivo em relação aos problemas da Cidade. Na ocasião,
foram apregoados os seguintes Ofícios, firmados pelo Vereador Dr. Goulart,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre: de nº 010/06, por meio do qual
Sua Excelência informa que a Vereadora Margarete Moraes se encontra representando
externamente este Legislativo na
Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, realizada às quinze
horas de hoje, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; s/nº, por
meio do qual Sua Excelência informa que
a Vereadora Manuela d'Ávila se encontra representando externamente esta
Câmara, na aula inaugural do Projeto Escola
de Fábrica, realizada às quinze horas de hoje, no Sindicato dos Trabalhadores
Metalúrgicos de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul
Carrion registrou o transcurso, hoje, do Dia Internacional da Mulher,
comentando o crescimento, nos últimos anos, da participação feminina no mercado
de trabalho. Ainda, frisou que as mulheres continuam recebendo salários menores
do que aqueles recebidos por homens que ocupam cargos semelhantes, refletindo
sobre a necessidade de se discutir essas diferenças. Finalizando, declamou o
poema Cantiga de Acordar a Mulher, de Geir Campos. O Vereador Márcio Bins Ely
defendeu a criação de corregedoria e ouvidoria para a Guarda Municipal de Porto
Alegre, proposta pelo Secretário Municipal de Direitos Humanos e Segurança
Urbana, informando que Projeto de Lei nesse sentido deverá ser protocolado em
breve. Nesse contexto, alertou para dificuldades enfrentadas por agentes da
Guarda Municipal, em razão da falta de segurança, argumentando que modificações
em caráter emergencial são necessárias nessa entidade. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou o comparecimento, nesta Casa, da Senhora Carem Conceição
da Silva Fortunato, Presidenta do Centro de Apoio ao Portador de Anemia
Falciforme do Rio Grande do Sul – CAPAF/RS concedendo a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, a Sua Senhoria, que discorreu sobre as atividades empreendidas pela
entidade que preside, propugnando por políticas públicas que garantam ao portador
de Anemia Falciforme o acesso à informação e o devido tratamento junto ao
Sistema Único de Saúde. Ainda, afirmou que se observa um quadro de discriminação
racial na realidade enfrentada pelos que convivem com essa doença, tendo em
vista que uma das características dessa patologia é atingir principalmente
indivíduos da raça negra. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença
da Senhora Maria Odete Franco, Líder Comunitária do Bairro Rubem Berta,
convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo analisou as formas assumidas pelo
preconceito racial na sociedade contemporânea, destacando que a indiferença e o
desconhecimento quanto às particularidades de uma raça ou cultura representam
também sintomas de discriminação e devem ser quotidianamente identificados e
combatidos. Igualmente, avaliou os resultados alcançados no País pela
legislação que classifica o racismo como crime passível de multa e prisão. A
seguir, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, João
Antonio Dib, Maria Celeste, Maurício Dziedricki, Ervino Besson e Dr. Raul
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quinze
horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a
existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício Dziedricki
mencionou a passagem do Dia Internacional da Mulher, abordando o crescimento da
participação feminina, observada em todas as áreas da sociedade atual. Também,
elogiando a implantação, pela Fundação de Assistência Social e
Cidadania,
do programa “Carinho não tem idade”, atentou para a participação de idosos em
eventos de cunho cultural e em ações voltadas ao voluntariado e à integração
comunitária. A Vereadora Clênia Maranhão comentou pesquisa realizada pela
Organização das Nações Unidas, atinente à condição feminina, segundo a qual as
mulheres brasileiras obtiveram um crescimento de seus espaços na área de trabalho,
particularmente nas esferas do Poder Legislativo. Nesse sentido, sugeriu a elaboração
de Resolução de Mesa definindo que os meios de comunicação institucionais desta
Casa promovam políticas voltadas à construção de estruturas sociais de gênero
mais igualitárias. O Vereador Aldacir Oliboni saudou o transcurso do Dia Internacional
da Mulher, avaliando dificuldades enfrentadas pelas mulheres para uma efetiva
inclusão social, política e profissional. Sobre o assunto, registrou a inauguração,
no Hospital Fêmina, de um novo setor de emergência em Obstetrícia e Ginecologia
e, criticando a gestão dos Governos Municipal e Estadual na área da saúde, declarou-se
preocupado com os serviços médicos oferecidos aos porto-alegrenses. Às
dezesseis horas e vinte minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso
na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Haroldo de Souza e
Bernardino Vendruscolo, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do
Regimento, e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e João Carlos
Nedel, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Queremos
registrar a visita da Vereadora peruana Luz Denisse Castro, de Villa del
Salvador, do bonito país Peru. Seja bem-vinda à nossa terra, felicidades.
(Palmas.)
Temos
de registrar o não-comparecimento à Tribuna Popular da Srª Carem Conceição da
Silva Fortunato, Presidenta do Centro de Apoio ao Portador da Anemia Falciforme
do Rio Grande do Sul, e do Sr. Francisco de Isaias, associado da referida
entidade. Estamos transferindo, portanto, para daqui a 15 dias a Tribuna
Popular a ser ocupada pelo Centro de Apoio ao Portador da Anemia Falciforme do
Rio Grande do Sul.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.
Haroldo de Souza, na presidência dos trabalhos, gostaríamos de comunicar a
presença dos nossos colegas de Iraí: Ver. Marco Antonio Scheffer e o Ver. João
Carlos Martins, que é Presidente da Câmara Municipal de Iraí, ambos são do PDT
e vêm trazer a esta Casa o convite para a pesca do dourado, que ocorre todos os
anos naquela cidade.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A
6ª Festa do Dourado acontece em Iraí, Rio Grande do Sul. Deixamos a estes dois
Vereadores da cidade de Iraí o nosso muito obrigado pela presença e também pelo
convite.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr.
Presidente, eu pediria a concessão de V. Exª para um minuto de silêncio. No
sábado passado, foi trucidado covardemente um colega, um grande médico,
extraordinário profissional, meu companheiro de plantão dentro do hospital, Dr.
Edison da Rosa Fiel. O Dr. Edison marcou sua presença maravilhosa como
extraordinário profissional e, por uma dessas coisas do destino, numa dessas
tragédias do nosso cotidiano, com as quais nós já começamos a nos acostumar,
num assalto, desgraçadamente ele foi executado com três tiros. Foi socorrido no
mesmo hospital do qual tinha saído de plantão, já chegando, praticamente, em
parada cardíaca. Com muita revolta, eu expresso aqui nesta Casa - que é a caixa
de ressonância de todos os sentimentos dos porto-alegrenses, indiscutivelmente
- a dor imensa e a profunda indignação por perder um colega dessa forma. Muito
obrigado pela sua consideração.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Façamos
essa homenagem póstuma com um minuto de silêncio.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. SECRETÁRIO ad hoc (João Carlos Nedel): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
(O
Ver. Dr. Goulart assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr.
Presidente, gostaria que ficasse registrada aqui a minha profunda estranheza
quanto ao fato de ter sido desmarcada a Tribuna Popular de hoje, justamente no
Dia Internacional da Mulher, pois aqui compareceria a Srª Carem Fortunato,
Presidente da ONG da Anemia Falciforme - mulher de raça negra e de destaque na cidade de Porto Alegre. Eu, como
autor e requerente, não recebi a gentileza sequer de um telefonema ou de algum
aviso cancelando a atividade, que seria tão importante para a raça negra e
também para o Dia da Mulher, pois uma extraordinária mulher ocuparia a tribuna.
Registro a minha profunda estranheza e peço providências a Vossa Excelência. A
queridíssima Carem faz um trabalho magnífico em prol dos pacientes com anemia
falciforme.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Acolhida
a sua queixa, faremos diligência, haverá punição, se for o caso, e lhe
participaremos. Conhecemos o trabalho da negra Carem. Vamos tomar providências,
Excelência.
Senhores
e senhoras, relembramos o 6° Festival da Pesca ao Dourado em Iraí, no Rio
Grande do Sul, por convite dos Vereadores Marco Antonio Scheffer e João Carlos
Martins, daquela Cidade, para que lá todos compareçamos no dia 24, 25 e 26 de
março. Cumprimento os Vereadores, que são da nossa Bancada.
(Lê.)
“Dia Internacional da Mulher. Neste Dia, no ano de 1857, as operárias têxteis
de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica para
reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10
horas. Essas operárias, que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do
salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um
incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram no dia 8 de março queimadas. Em
1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi
decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como o Dia
Internacional de Mulher. De então para cá, o movimento a favor da emancipação
da mulher tem tomado forma em todo o mundo”.
Passo
a ler um poema de Pablo Neruda às mulheres (Lê.): “Mulheres/Elas sorriem quando
querem gritar./Elas cantam quando querem chorar./Elas choram quando estão
felizes./E riem quando estão nervosas./Elas brigam por aquilo que
acreditam./Elas levantam-se para a injustiça./Elas não levam ‘não’ como
resposta quando acreditam que existe melhor solução./Elas andam sem novos
sapatos para suas crianças poderem tê-los./Elas vão ao médico com uma amiga
assustada./Elas amam incondicionalmente./Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios./Elas ficam contentes quando
ouvem sobre um aniversário ou um novo casamento”.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N. 0087/01 - SUBSTITUTIVO N. 01, que dispõe sobre o fornecimento de água
aos trabalhadores desempregados e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 003/01, ambos de autoria do Ver. Raul
Carrion.
PROC.
N. 0028/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 022/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues”
ao Compositor Flávio Bicca.
PROC.
N. 0029/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 023/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio
de teatro Qorpo Santo à dupla Nico Nicolaiewsky e Hique Gomes.
PROC.
N. 0767/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 025/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
altera a especificação, atribuições e lotação da Classe Guarda-Parques,
constante no Anexo I, letra “b”, da Lei n. 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e
alterações posteriores.
PROC.
N. 0861/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 004/06, que declara de utilidade pública a
entidade “Clínica Pública Ser”.
PROC.
N. 0858/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 032/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
denomina Rua Luciano dos Santos Rodrigues o logradouro não-cadastrado,
conhecido como Beco “Dois” – Estrada Octavio Frasca, localizado no Bairro Belém
Velho.
PROC.
N. 0935/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 007/06, que declara de utilidade pública a
entidade “Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul”.
PROC.
N. 0936/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 008/06, que declara de utilidade pública a
entidade “Associação Educacional e Beneficente Emanuel”.
2.ª SESSÃO
PROC.
N. 3524/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 150/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Município a efetuar a contratação emergencial de profissionais da
área da Saúde para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), com previsão de concurso
público dentro dos próximos seis meses.
PROC.
N. 6683/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 044/05, de autoria das Vereadoras Sofia Cavedon
e Margarete Moraes, que dispõe sobre o Inventário do Patrimônio Cultural de
Bens Imóveis do Município.
PROC.
N. 7377/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 158/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que concede o troféu
Honra ao Mérito ao Senhor José Carlos Ferraz Hennemann.
PROC.
N. 7397/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 159/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título
honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Gomercindo Santos Pereira (Seu
Gomes).
PROC.
N. 0003/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 003/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o prêmio de
Artes Plásticas Iberê Camargo à Elizethe Borghetti.
PROC.
N. 0004/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 004/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Gildo
de Freitas ao Senhor Carlos Antônio Fraga da Costa.
PROC.
N. 0005/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 001/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor
Alfredo Petzhold.
PROC.
N. 0009/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 008/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o troféu
Honra ao Mérito ao Senhor Rafael Rodrigues Pedro (babalorixá Pedro de Oxum
Docô).
PROC.
N. 0010/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 009/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título
honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Leonel Lucas Lima.
PROC.
N. 0011/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 010/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Prêmio
Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol César Gilberto Pastro.
PROC.
N. 0016/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 013/06, de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto, Dr. Goulart, Manuela d'Ávila e Raul Carrion, que
concede o prêmio Quilombo dos Palmares à Sociedade Beneficente, Cultural e
Recreativa Imperatriz Dona Leopoldina, na modalidade atuação na área
artístico-cultural; à Mãe Norinha de Oxalá, na modalidade atuação na área
afro-religiosa e à Associação Comunitária Kilombo da Família Silva, na
modalidade atuação política e social.
PROC.
N. 0017/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 014/06, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário
Schenberg ao Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
PROC.
N. 0022/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 017/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Policial ao Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes.
PROC.
N. 0024/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 019/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título
honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Ilo Vile Coutinho.
PROC.
N. 0041/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 032/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o Prêmio
de Alfabetização Zilah Totta à Professora Esther Pillar Grossi.
PROC.
N. 0048/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 038/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o Prêmio
de Educação Thereza Noronha ao Senhor Ricardo Arthur Fitz.
PROC.
N. 0091/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 042/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o prêmio
jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Senhor Rodrigo Gonçalves.
PROC.
N. 0144/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 045/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Mérito
Sindical ao SITRAMICO – Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e
Derivados de Petróleo no Estado do Rio Grande do Sul.
PROC.
N. 0161/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 046/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio
Artístico Lupicínio Rodrigues ao Artista Plástico Danúbio Villamil Gonçalves.
PROC.
N. 0424/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 048/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Diploma de
Honra ao Mérito ao Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre.
PROC.
N. 0567/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 050/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues”
ao Grupo Da Guedes.
PROC.
N. 2227/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 094/04, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que proíbe a cobrança por serviço de estacionamento
prestado aos usuários do Sistema Único de Saúde nas situações previstas na Lei
Complementar n. 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores
(PDDUA).
PROC.
N. 7307/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 330/05, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que obriga a interrupção total ou parcial das vias urbanas
no Município de Porto Alegre para fins de varrição e pintura de sinalização e
de meio-fio.
PROC.
N. 0080/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 008/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que destina o local atrás do Restaurante Galpão Crioulo,
no Parque Harmonia, em homenagem aos trovadores.
PROC.
N. 0173/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 047/06, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga e Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Mérito Sindical à Força
Sindical-RS.
PROC.
N. 0570/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 053/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o Prêmio
Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente à Unidade de Promoção Integral Bom Samaritano.
PROC.
N. 0771/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 026/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que denomina Rua Paulo Granato Martins um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
N. 0385/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 002/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
modifica a Lei Complementar n. 395, de 26 de dezembro de 1996, que institui o
Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, por meio da inclusão do
art. 59-A e da alteração do § 2º do art. 60, proibindo a ligação de esgoto
pluvial à rede cloacal.
PROC.
N. 0473/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 049/06, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede o Prêmio Não às
Drogas à Comunidade Terapêutica Cidade de Refúgio.
PROC.
N. 0555/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 015/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que institui o Programa de Acolhimento Profissional (PAP), destinado aos jovens
egressos do serviço militar obrigatório no Município de Porto Alegre.
PROC.
N. 0563/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 016/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de um profissional intérprete da
Língua de Sinais – LIBRAS – em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) das zonas
leste, oeste, norte e sul da cidade.
PROC.
N. 0608/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 018/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
denomina Rua Ibanor José Tartarotti o logradouro irregular, denominado Rua CGM,
localizado no Bairro Praia de Belas, e revoga a Lei n. 7.816, de 10 de julho de
1996.
PROC.
N. 0844/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 001/06, que autoriza a alienação do imóvel sito
no Bairro Passo da Areia, na Av. João Wallig n. 1555, matrícula n. 80895 do
Registro de Imóveis da 4ª Zona de Porto Alegre, e dá outras providências.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, hoje, em 1ª Sessão de Pauta, há oito novos Projetos de Lei e de
Resolução, totalizando até agora, neste ano, 87 novos Projetos. Três, desses
oito, são do Executivo e se referem à declaração de utilidade pública.
E
aí, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, cada vez tenho mais
convicção de que chega de leis.
Ontem,
o jornal Diário Gaúcho dizia que os Vereadores só fazem projetos de denominação
de logradouros. Aliás, uma função muito importante, e estou tentando que isso
seja feito apenas em duas Comissões, a de Justiça e a de Educação. Espero que
isso ocorra, faz um ano que está tramitando, e vai acontecer. Mas, como disse,
talvez seja melhor não ter projeto de lei nem de resolução.
O
Ver. Raul Carrion apresenta um Substitutivo ao seu Projeto de Lei - vejam que
ele não tinha convicção no Projeto de Lei e já fez um outro substituindo o
primeiro -, dispondo sobre o fornecimento de água aos trabalhadores
desempregados e dá outras providências.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
não vou dar aparte neste momento, porque não disse nada ainda, Vereador. Não
posso dar aparte a Vossa Excelência. Eu vou falar nos dois Projetos de V. Exª e
depois lhe dar aparte.
É
difícil resolver este problema aqui. Eu já fui Diretor do DMAE duas vezes, e o
que o Vereador tenta colocar em lei, na verdade, é diálogo. E esse diálogo
sempre houve lá no DMAE. Não se corta água assim de alguém que vá lá... Agora é
difícil controlar, e o próprio Procurador da Casa diz que não se enquadra nas
possibilidades de um Projeto de Lei.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero saudar V.
Exª e agradecer a referência aos nossos Projetos, isso mostra que são Projetos
importantes, que evidentemente merecem a sua apreciação. Em segundo lugar,
quero dizer que, nesta Câmara, a gente faz substitutivos não por falta de
convicção, mas porque esta Casa é uma Casa de negociação, o Vereador não deve
fazer um Projeto e achar que é o dono da verdade. Nós temos que ter a
humildade, Ver. Dib, e eu tenho essa humildade de levar em conta uma sugestão
ou uma preocupação. Então não é falta de convicção. Em terceiro lugar, gostaria
de dizer que nós, em 1996, quando estive nesta Casa - e V. Exª já era Vereador
-, aprovamos, por exemplo, uma autorização para que o DEMHAB também pudesse
parcelar o atraso para os desempregados, porque, em Direito Administrativo, o
que não é explicitamente admitido pela lei não pode ser feito. Viabilizar que
essa negociação possa haver... Então eu acho importante que V. Exª tenha se
debruçado sobre os meus Projetos, sinto-me honrado. Muito obrigado.
Na
forma do artigo do nobre Ver. Carrion, não há lugar para lançar os refugos,
porque eles não recebem o prévio tratamento sanitário. Essa aula eu não cobro
do Ver. Carrion, como ele não me cobrou nada daquela aula do petróleo. Só que a
do petróleo eu já sabia. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Agora,
pediremos licença aos Vereadores Nedel, Márcio Bins Ely, Mônica Leal e Adeli
Sell, porque estamos recebendo a visita de uma Vereadora da América Latina, que
vai fazer uma pequena saudação ao Plenário, porque, logo a seguir, ela terá
outro compromisso. A Vereadora é de Villa Del Salvador, no Peru. A nossa colega
chama-se Luz Denisse Castro e usará a tribuna apenas para uma saudação aos
nossos Vereadores.
A
SRA. LUZ DENISSE CASTRO: Boa-tarde,
Sr. Presidente; boa-tarde, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu os
saúdo em nome da minha cidade, Villa Del Salvador, Lima-Peru. Estou em sua
acolhedora Cidade para o Encontro de Democracia Participativa e não queria
deixar passar esta oportunidade de me expressar, de saudá-los em nome da minha
cidade, dos habitantes de Villa Del Salvador, neste marco e por ser hoje um dia
tão especial, o Dia Internacional da Mulher. Eu saúdo também as cidadãs e os
cidadãos de Porto Alegre.
Quero
agradecer esta pequena oportunidade para transmitir esta saudação,
incentivá-los a seguir trabalhando pelos direitos da mulher. Às companheiras
mulheres, quero incentivá-las a seguir trabalhando para superar as
desigualdades, as injustiças na América Latina e em outros países. Quero
brindar e abrir as portas da minha cidade para os senhores, com muito carinho,
para trocarmos as nossas experiências, o nosso trabalho. Somos de uma cidade
periférica, uma cidade pobre de Lima, mas estamos trabalhando com muito esforço
para superar a pobreza, para superar as iniqüidades e por uma maior justiça
social em nosso país. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
neste Dia da Mulher, efetivamente está na pauta geral desta Casa homenagear as
mulheres. Cumprimento as mulheres Vereadoras, as mulheres funcionárias e as
mulheres que vieram aqui assistir a nós hoje, meus parabéns.
Estamos,
em 1ª Sessão de Pauta, com um Projeto do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre o
fornecimento de água aos trabalhadores desempregados. Ele diz que, daquele
trabalhador desempregado que tiver registrado na carteira que ganha menos de
três salários mínimos, se já estiver vencido o seu seguro-desemprego, o
Município não poderá suspender o fornecimento de água por seis meses. Eu acho
meritório esse Projeto de Lei, porque nós estamos com uma situação muito
elevada de desemprego. Mas o que acontecerá - na Grande Porto Alegre, hoje, há
aproximadamente duzentos mil desempregados, e em Porto Alegre, cento e poucos
mil - com as finanças do DMAE nesse caso? Nós acabamos de aprovar aqui nesta
Casa uma possibilidade de parcelamento de ajuste, de diminuição da multa e dos
juros, um parcelamento de longo prazo, realmente um Refis para esse assunto.
Acho que a Câmara tem que estudar esse assunto a fundo, porque nós estamos
mexendo nas finanças do Município. E nós, Vereadores, não temos prerrogativas
para isso.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Exmo. Ver. João Carlos Nedel, em primeiro lugar parabenizo V. Exª
pelo seu pronunciamento. Eu queria dizer que essa preocupação que V. Exª tem eu
tive, e, se V. Exª observar, não há perdão da dívida. Ela simplesmente é
parcelada, e é dado um prazo de seis meses para que o cidadão possa se aprumar.
Em
segundo lugar, nós não consideramos todos os desempregados existentes, apenas
aqueles que estavam empregados, aqueles que vieram a se desempregar. Então,
eles têm que comprovar isso mediante o chamado seguro-desemprego. Claro que o
melhor seria incluir todos os desempregados. Mas nós tivemos essa preocupação
de V. Exª e limitamos o parcelamento, portanto, aos que tiveram desemprego mais
recente. Acho que tem que avaliar com carinho, mas não há perdão, não há,
digamos, recurso retirado do DMAE. É só um parcelamento, como na outra
situação, mas para os indivíduos que estão desempregados. Muito obrigado pelo
aparte.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado pela informação, Ver.
Raul.
É
evidente que nós não vamos tratar de parcelar essa dívida de cem mil
desempregados. Ele limitou àqueles que ganham menos de três salários, e há
outras exigências que aqui estão.
Também,
Ver. Dr. Goulart, há um Projeto de V. Exª autorizando o Executivo a efetuar
contratação emergencial de profissionais na área da saúde. Também é meritório,
porém a nossa Comissão de Constituição e Justiça já tem pareceres definitivos
de que projetos de lei autorizativos são automaticamente arquivados. Eu
gostaria de lembrar esse assunto e, como Presidente da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente desta Casa, estou sabendo que está em andamento, no Município, a
contratação de mais 120 médicos para suprir as necessidades dos postos de saúde,
especialmente. E na próxima semana, Ver. Dr. Goulart, nós teremos uma reunião
de trabalho com o Secretário da Saúde para esclarecer todas essas carências e
dificuldades numa área tão importante que é a área da Saúde. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, Presidente; através dos
meus cumprimentos a V. Exª quero saudar os demais Vereadores e Vereadoras desta
Casa. Hoje gostaria de fazer um especial cumprimento às Vereadoras pelo
transcurso do Dia Internacional da Mulher e, felicitando as Vereadoras, também
saúdo todas as mulheres, todas as mães, as avós, as tias, as primas, as irmãs,
enfim, todas as mulheres da comunidade porto-alegrense que nos assistem e o
público que aqui também nos honra com a sua presença.
Hoje
venho neste período de Pauta falar de um Projeto, em 2ª Sessão, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de um profissional
intérprete da língua de sinais, Libras, em uma Unidade Básica de Saúde nas
Zonas Norte, Sul, Leste e Oeste da Capital. Quero cumprimentar o Ver. Dr.
Goulart por essa iniciativa e reforçar aqui o compromisso que tem esta Câmara
Municipal para com as pessoas portadoras de deficiências. A Verª Neuza
Canabarro, da minha Bancada, inclusive foi a Relatora da Comissão que tratou
das questões relativas às pessoas portadoras de deficiências, Comissão da qual
fiz parte no ano passado. Eu gostaria de dizer que é muito oportuno e
importante esse tipo de Projeto, Ver. Dr. Goulart. Eu também tenho um
compromisso nessa área, carrego como bandeira - é uma das prioridades do meu
mandato - essa questão do excepcional, pois faço parte, na condição de
Conselheiro, do Conselho Fiscal do Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Tenho
certeza de que iniciativas como essa, Sr. Presidente, têm muito a contribuir,
porque, realmente, aquelas pessoas que têm dificuldade em ouvir necessitam de
um profissional que lhes possa explicar as orientações - nesse caso, da área
médica -, para que elas recebam o tratamento adequado, para que entendam o que
profissional da área da Saúde está-lhes orientando naquele momento.
Então, quero cumprimentar o Ver. Dr. Goulart, faço
referência a esse Projeto porque a matéria é importante, e tenho certeza de que
irá ser viabilizado, por meio da Secretaria de Acessibilidade - uma Secretaria
nova que foi criada pelo Prefeito Fogaça -, demonstrando aí o interesse, a
responsabilidade e o compromisso que tem este Governo com a causa da pessoa
portadora de deficiência física, no caso específico, com relação à surdez.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Márcio Bins Ely, o nosso querido Presidente não pode levar
esse Projeto ao Prefeito Fogaça e incorrer no mesmo erro do Raul Pont. Ele foi
condenado! Não se pode fazer isso sem que haja declaração de estado de
emergência ou de calamidade pública, senão não se podem fazer contratações.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Eu agradeço o seu aparte, Vereador, e
considero oportuno e importante trazermos à discussão esse tipo de questão, que
é uma questão técnica e envolve, inclusive, uma questão de iniciativa. Mas, no
mérito, quero reafirmar e colocar aqui a minha posição, referindo esse Projeto
em Pauta, porque entendo oportuno e importante trazermos à discussão esse tipo
de assunto, esse tipo de questão e de problemática, que é a que diz respeito à
língua de sinais - Libras. Acho oportuno que esse debate seja fomentado por
meio de iniciativas como a do Ver. Dr. Goulart, com esse Projeto de Lei, sem
entrar, obviamente, na questão técnica do momento e na maneira como se darão as
contratações.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero dizer que nós também
apoiamos o Projeto do Ver. Dr. Goulart e queremos parabenizar o seu
pronunciamento. Nesta Casa também tramita um Projeto de Lei de minha autoria
que torna obrigatória, nas Sessões Plenárias da Casa, a transmissão, meu
Presidente, com a linguagem Libras. Então, sob a sua Presidência, eu tenho
certeza de que esta Casa aprovará não só o seu Projeto, mas o nosso Projeto,
para que a população, também, mediante essa linguagem, tome conhecimento dos
trabalhos desta Câmara.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Agradeço o aparte, Ver. Raul Carrion, que foi
oportuno.
(O Ver.
Bernardino Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
O
Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Márcio Bins Ely, quero dizer da importância, neste momento, das
Unidades de Saúde com terceiro turno nos quatro pontos cardeais da Cidade.
Quando o final da tarde começa a chegar, a febre começa a subir, a dor começa a
chegar, e o médico começa a se espantar, os pais e as mães levam os seus filhos
para as emergências dos hospitais, que ficam congestionadas, como as do
Hospital Conceição, do Hospital de Clínicas, do Hospital da PUC - um
atendimento muito caro que acaba sendo direcionado para outras emergências e
não para isso.
Então,
algum posto de saúde com terceiro turno tem de existir, até às 22 horas, nos
pontos cardeais da Cidade. No entanto, quanto à contratação, está certo, Ver.
Dib, só que, daqui a pouco, vai ter que se passar um atestado de estado de
emergência, sim! Estado de calamidade pública, eu acho que não; mas de
emergência, sim. Há uma emergência suando, transpirando, acontecendo dentro da
Saúde da Cidade, e o pronto socorro é o que, talvez, mais se precise neste
momento. Obrigado, Ver. Bernardino.
(O
Ver. Dr. Goulart reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Vereador-Presidente. Eu
agradeço as manifestações dos Vereadores, que as fizeram através de apartes, e
concluo as minhas considerações. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
O
Ver. João Antonio está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho insistentemente repetido aqui: chega de
leis! Na verdade, eu não inventei isso. Em 1830, o Governador do Rio Grande do
Sul disse: “Chega de leis! As que existem são suficientes, basta que sejam
cumpridas”. Nós ficamos aqui fazendo leis e somos criticados depois, porque só
fazemos leis dando denominação a logradouros. Eu acho até que seria benéfico
para a Cidade se apenas denominássemos logradouros, cuidássemos do Orçamento e
do Plano Diretor. O que acontece? O Ver. Carrion quer dar água do jeito que ele
entende que deva ser dado. Ele quer impedir que o esgoto não-tratado seja
lançado no Guaíba. E o que é que vai se fazer com isso? Então, nós estamos
fazendo leis, leis e mais leis, apenas para não serem cumpridas, apenas para
serem desrespeitadas, por serem desnecessárias, por não serem claras, por não
serem concisas e nem precisas!
Mas
eu digo a V. Exª, Sr. Presidente, com o carinho e respeito que merece: na
segunda-feira, no primeiro dia de Pauta, eu disse “não pode fazer”. Há
necessidade de decretação de estado de emergência ou de calamidade pública -
essas são as duas possibilidades. Ou, então, um problema de sazonalidade; isso
ainda pode pela Lei n° 77/70. Então, não há necessidade de fazer leis. Eu acho
que nós tínhamos que pressionar a Secretaria de Administração, porque penso que
há médicos para serem chamados; acho que há técnicos em Enfermagem para serem
chamados; não tenho certeza de que haja técnicos em Radiologia. Nós temos que
fazer pressão, temos que fazer valer o Parlamento. Ora, eu vejo leis, leis e
mais leis, e termina não acontecendo nada.
Hoje
protocolei um Projeto de Lei que fiz em 1994, declarando 1995 o ano de
denominação de logradouros públicos. Estou fazendo agora, em 2007, o ano de
denominação de logradouros públicos. Não deveria ser necessário fazer essa lei,
pois a Lei n° 383 já manda colocar as placas e é de 1951; a Lei Complementar n°
12 é de 1974, feita por mim, e já manda colocar as placas. Temos de estar
fazendo leis, porque nós não exercemos o poder do Parlamento de fiscalizar, de
pressionar, de exigir. Nós fazemos leis e perdemos muito tempo fazendo algumas
leis desnecessárias.
Eu
fui falar em Pauta sobre dois Projetos do Ver. Carrion, e ele falou, em aparte,
mais tempo do que eu. Por questão de educação, eu tenho que lhe conceder
aparte, e ele merece. Mas acho que não precisamos de tantas leis, precisamos
usar a força do Legislativo para colocar lá, no Executivo, as necessidades da
Cidade. Para tudo o que está aqui existe lei! Pode ter certeza de que não há
necessidade de lei! Tudo o que está aqui está legislado. Claro que, para
decretação de utilidade pública, há que se fazer lei; o Prefeito mandou três,
mas não é o caso. Eu acho que nós temos que parar para pensar, para que o
jornal Diário Gaúcho não coloque estampado como manchete de primeira página que
os Vereadores só denominam logradouros, porque é só o que aparece quando só
fazem festas e solenidades, o que não é o nosso caso.
Vamos
fazer leis claras, precisas e concisas, e agora vou ter que acrescentar “quando
for necessário”, porque nós temos legislação neste País, neste Estado e nesta
Cidade para tudo o que precisar ser feito, basta apenas que se cumpra com o
dever. Por isso eu digo que não sou favorável à Carta Universal dos Direitos
Humanos, eu sou favorável aos deveres humanos, pois, se todos cumprirem com os
seus deveres, ninguém precisa se preocupar com os seus direitos, porque tudo se
resolve. A Constituição diz que o salário mínimo sustenta quatro pessoas! E
agora estão aí discutindo tanto, porque é de 350 reais ... É que nós fazermos
leis apenas por fazer leis. Lei tem que ser muito bem pensada, como dizia
o Governador do Rio Grande: “Tem que
ser fruto da razão, da experiência e da luz.” E, se nós não fizermos isso, o
Brasil vai continuar fazendo leis, e nós vamos apenas continuar desrespeitando
as leis, como o Professor Carrion, que quer deixar o esgoto todo nas ruas da
Cidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
Apregoamos
a indicação da Verª Margarete Moraes para representar a Câmara Municipal de
Porto Alegre na Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e
entrega do troféu Mulher Cidadã 2006 na Assembléia Legislativa.
Apregoamos
a indicação da Verª Manuela d’Ávila para representar a Câmara Municipal de
Porto Alegre na aula inaugural do Projeto Escola de Fábrica, no Sindicato dos
Trabalhadores Metalúrgicos de Porto Alegre.
A
Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Presidente
Dr. Goulart, colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãs e cidadãos, minha
saudação especial às mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, pela sua luta,
pelo seu trabalho e determinação, pela igualdade dos povos e das pessoas.
Eu
quero discutir um Projeto de minha autoria que altera a especificação,
atribuições e lotação da classe guarda-parques constantes no anexo I, letra
“b”, da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores.
É
verdade que nós temos muitas leis, mas há algumas leis malfeitas e que precisam
ser corrigidas, precisam ser adaptadas aos tempos atuais. Quando dessa lei de
1988, optou-se por ter nos parques de Porto Alegre o guarda-parques, mas não
constam algumas atribuições que ele necessariamente tem de ter hoje, como a
possibilidade da fiscalização dos atos irregulares e ilegais que são praticados
nos parques da Cidade. Muitas vezes, o guarda-parques se depara com alguns atos
irregulares, por exemplo: a venda de produtos não-autorizados, a instalação de
um equipamento não-autorizado. Infelizmente, o limite de atuação, meu caro João
Dib, que já foi Prefeito desta Cidade, é limitado, é o de chegar na pessoa e
dizer: “Você não pode, você não pode e você não pode”. Ora, isso não é ação de
alguém que vai guardar um parque para que ali não se pratiquem atos ilegais e
ilícitos, ele tem que ter a possibilidade de notificar. E é isso que nós
queremos efetivamente com esse Projeto de Lei, ou seja, fazer com que a vida, o
cotidiano desta Cidade seja tratado como ele deve efetivamente ser tratado.
Hoje
nós começamos a cobrar uma situação de arrumação, de limpeza, de organização
dos nossos parques. Eu, na segunda-feira, me manifestei duramente em relação à
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que continua muda em relação às demandas
que são colocadas. Agora, eu estou colocando a possibilidade de a Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, sem criar cargos, sem onerar o Poder Público, fazer
com que o guarda-parques tenha uma atribuição que hoje lhe dê força e lhe dê
garantia de fazer com que haja um maior processo de respeito, de harmonia nos
parques e praças da cidade de Porto Alegre. Ou seja, eu trago aqui, como em
vários Projetos de minha autoria, mudanças na legislação já existente, fazendo
com que nós nos inovemos, com que a gente coloque as nossas leis no dia da
atualidade, nas questões pertinentes aos problemas da cidade de Porto Alegre.
Concedo
um aparte a V. Exª, Ver. Dib, que hoje está mais falante que o normal.
O
Sr. João Antonio Dib: Nobre
Ver. Adeli Sell - eu até não tinha pedido aparte, mas eu observava V. Exª com a
atenção de sempre -, V. Exª está apenas demonstrando que, como Secretário
Municipal de Industria e Comércio, adquiriu mais conhecimentos do que já tinha.
Está querendo dar ao guarda-parques algumas atribuições que competiriam à Secretaria,
mas o guarda-parques é uma autoridade, ele pode evitar o problema. Agora, não
pode fazer apreensão, não pode fazer atuação, o que teria complicações mais
sérias. Mas vale a pena estudar o que Vossa Excelência propõe.
O
SR. ADELI SELL: Esse
Projeto todas as senhoras e senhores já o receberam, evidentemente ele está
aberto não apenas à apreciação, mas a modificações e aperfeiçoamentos, porque o
próximo que entrará na discussão de Pauta vai ser o Projeto dos Conselhos
Tutelares. Já existe lei, nós podemos legislar sobre isso, que é uma questão
atinente à municipalidade e, portanto, à nossa Câmara de Vereadores. Eu quero
que o guarda-parques tenha efetivas condições de ser um guarda-parques, com
atribuições específicas além das que já existem, para que ele possa fazer uso
da sua autoridade a fim de manter a ordem, a lei e a disciplina, que,
infelizmente, faltam na cidade de Porto Alegre. Muitas vezes, nós temos sido
lenientes demais, é preciso ter compreensão sem perder a capacidade de ação e
de autoridade que o gestor público deve ter. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito
obrigado.
O
Ver. Raul Carrion, que se destaca no movimento comunitário, especialmente no
setor da habitação, entre outros, está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo
Presidente, Ver. Dr.
Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, todos que nos assistem
aqui, em primeiro lugar nós queremos trazer a saudação da Bancada do PCdoB -
Bancada 50% masculina, 50% feminina, como é o nosso Brasil, como é a nossa
sociedade - a todas as funcionárias desta Casa, a todas as Vereadoras desta
Casa, a todas as mulheres que nos assistem pela TVCâmara, pelo seu dia, o Dia
Internacional da Mulher. É importante também fazer uma saudação a Carem, da
CAPAF, em defesa da luta contra a anemia falciforme.
Na
verdade, hoje a mulher, no mundo e no Brasil, sofre uma grande discriminação e
não dispõe de igualdade. Isso não ocorre por acaso, não surge porque a natureza
feminina seja inferior, é que durante longo tempo, Ver. Dr. Raul, essa idéia
era vendida, era uma disposição da natureza: o homem num papel superior e a
mulher num papel subordinado. Os primeiros pensadores que trataram isso de
outra forma, com uma visão de busca da igualdade, foram: Fourier, um socialista
utópico; depois Engels, Marx, Bebel, grandes pensadores socialistas. Engels
dizia: “O grau de emancipação da mulher numa dada sociedade é o barômetro
natural pelo qual se mede a emancipação geral.” Uma sociedade na qual a mulher
é discriminada é uma sociedade sem igualdade. Por isso, a luta da mulher pela
igualdade, contra a discriminação, Ver. Dib, tem que, necessariamente, estar
acoplada à luta por uma nova sociedade, mais justa, mais humana, mais fraterna.
A
data de 8 de março surgiu, como o nosso Presidente disse no início, da 2ª
Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhagen, Dinamarca, e
a proposta, Ver. Dr. Goulart, foi de uma grande dirigente comunista alemã,
Clara Zetkin, que sugeriu que tivéssemos uma data, digamos, para relembrar a
luta que as mulheres - não é de hoje - vêm fazendo. Para se ter uma idéia,
somente em 1819 as mulheres conquistaram uma lei reduzindo para doze as horas
de trabalho, para elas e para as crianças com menos de 16 anos de idade. A partir
daí, a luta seguiu.
Apesar
dos grandes avanços, hoje, Verª Neuza, calcula-se que dois terços das horas de
trabalho do mundo são das mulheres, se contabilizarmos o trabalho no campo, se
contabilizarmos o trabalho doméstico, que não são contabilizados. Porém, elas
têm somente 10% dos salários do mundo e apenas 1% da riqueza do mundo, ou seja,
o seu trabalho não é reconhecido. Mas não é só isso, se considerarmos os que
estão abaixo da linha da miséria, temos 1 bilhão e 300 mil pessoas no mundo,
70% são mulheres; se tomarmos os 900 milhões de analfabetos no mundo, dois
terços são mulheres. É esse o nível da discriminação, da desigualdade que o Dia
Internacional da Mulher quer lembrar e quer trabalhar para superarmos.
Mas
não é só isso, há a violência doméstica, a violência sexual, a
sub-representação política - no Brasil, apenas 6% dos parlamentares federais
são mulheres; na Assembléia, apenas 11%; aqui na Casa, temos um avanço, são
25%. E elas são mais do que nós na sociedade, Ver. Dib, e certamente têm um
olhar, em inúmeros aspectos, de maior dimensão, de maior profundidade do que o
nosso. Hoje as mulheres têm um nível de estudo, no Brasil, superior ao dos
homens, apesar disso recebem apenas 65% do salário que os homens recebem.
Então,
nós entendemos a importância do Dia Internacional da Mulher, mas eu diria, e
talvez alguns digam: “Como nós deveríamos lutar para que um dia não precisasse
haver mais o Dia Internacional da Mulher?” Para isso a igualdade teria de ser
alcançada, a discriminação teria de ser superada. Por isso, este Dia, hoje,
ainda é necessário.
Eu
esqueci de dizer, e vejo a Carem lá, e lembro, que, além da discriminação que a
mulher sofre, a mulher negra ainda é mais discriminada, pois recebe a metade do
que recebe a mulher branca, que é 65% do que recebe, em média, o homem.
Deixamos
aqui, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, a nossa homenagem ao
nosso Partido, em que a maioria da militância é de mulheres. O nosso Partido
tem orgulho de ter, proporcionalmente, a maior Bancada feminina no Congresso
Nacional; temos a nossa grande Deputada Jussara Cony aqui na Assembléia e a
nossa grande guerreira Manuela aqui nesta Casa.
Queria, assim, terminar -
sei que o tempo se escoa -, declamando uma poesia de um grande poeta
brasileiro, Geir Campos, que nos diz na sua “Cantiga de Acordar a Mulher”
(Lê.): “Se te chamarem flor,/toma cuidado:/vê se não é gente que te quer
pôr/numa redoma - lindo objeto - a vegetar/alheia a tempo e lugar!/ Se te
chamarem flor,/acorda e toma cuidado:/olha que te levam para o mesmo lado/de
tanto destino mal-aventurado!”
Que as mulheres, portanto,
não sejam meras flores a decorar; sejam guerreiras, combatentes, lutadoras, por
uma sociedade de igualdade, sem discriminação e mais fraterna. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; prezados colegas Vereadores, Vereadoras e público
que nos assiste, vou ficar aqui hoje na análise, no comentário, do Projeto do
Presidente da nossa Casa, Dr. Goulart.
O
Projeto já foi comentado aqui anteriormente pelo Ver. João Dib e por outros
Vereadores. Ele autoriza o Município de Porto Alegre a efetuar a contratação
emergencial de profissionais na área da Saúde para o Hospital Pronto-Socorro de
Porto Alegre. E tem mérito pela discussão política que traz à Cidade. Na
identificação que já fez o próprio Ver. João Dib, dizendo que não é um Projeto
de nossa competência e que, para que se torne efetivo, o Município dever
declarar duas possibilidades: situação de emergência na Saúde ou situação de
calamidade pública. Eu creio que esse, Dr. Goulart, é o viés da discussão que
temos de fazer aqui.
No
momento em que o senhor faz e traz um Projeto que propõe que sejam contratados
médicos emergenciais na cidade de Porto Alegre, a leitura que nós temos de
fazer é se isso está sendo ou não uma necessidade. Não temos dúvida nenhuma de
que a Saúde, nesse um ano e três meses, não melhorou em nada no atendimento à
população de Porto Alegre, e falo aqui com muita tranqüilidade, inclusive
busquei subsídio para fazer o debate sobre o seu Projeto. Está no jornal de
março lá da Restinga: “Você também é responsável”. (Mostra o jornal.) O posto
de saúde da Restinga foi destruído e continua destruído. Foi destruído agora,
nesta gestão. Nós sabemos que há médicos clínicos-gerais que já fizeram
concurso público e estão na lista para ser chamados. Por que não o são? Precisa
haver um projeto ou ser decretada emergência pública? Não, não precisa, isso é
uma questão de gestão. Portanto, o seu Projeto serve para fazer esse debate
sobre se há ou não necessidade de novos médicos.
Na
semana passada, há poucos dias, tivemos a polêmica de que o Município de Porto
Alegre, por meio do seu Vice-Prefeito, e a Secretaria Municipal da Saúde negam
a possibilidade de absorver os médicos formados em Cuba, que são especialistas
em Saúde Comunitária e Saúde Pública.
Portanto,
esse é o mérito, e eu acho que o Ver. João Dib traz bem aqui, quando diz: “Bom,
os Projetos têm de servir para que possamos fazer as discussões políticas sobre
se eles são necessários ou não”. Então, um Projeto também serve para essa
provocação, obviamente no bom sentido, de nós podermos analisar o quadro da
Saúde Pública do Município.
O
Sr. Dr. Goulart: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) O que venho explicar, Excelência,
trazer um pouco de luz a esta sua discussão, é que, quando a gente apresenta um
projeto, ocorre um momento em que se pode discutir profundamente o assunto. Se
por acaso o projeto for adiante, que bom que isso funcione! Mas, se ele não for
adiante, a luz teria sido feita. O que acontece? Nós precisamos, neste momento,
de médicos em pontos da Saúde, principalmente na nossa Zona Sul, que está
esquecida. Então, eu entendo verdadeiramente o Ver. Dib, eu entendo, mas nós
precisamos trazer à discussão aquilo que não se consegue resolver no Plenário,
que não se consegue resolver nas Comissões; são os órgãos técnicos que falam,
não se consegue pedir por Pedido de Providência. Por elegância, a gente pede
Pedido de Providência às vezes, aí temos que fazer um projeto de lei, que traz
uma maior discussão e até as negações, aí se vê quem nega e quem dá.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Muito
obrigado, Dr. Goulart. A sua contribuição foi muito válida, principalmente para
nivelarmos o debate. Vossa Excelência, que é da base do Governo, e eu, que sou
da oposição, neste momento, estamos aliados e dizendo: “A Saúde Pública do
Município de Porto Alegre não está boa e precisa ser qualificada”. Se nós temos
aqui que apresentar um projeto de lei para dizer que tem de ser contratados
médicos, de forma emergencial, é porque a gestão está deixando a desejar.
E
aproveitando, Dr. Goulart, hoje estivemos juntos - também existem questões
positivas - na inauguração da
Emergência para a mulher no Hospital Fêmina, um belo Projeto que foi oferecido
à cidade de Porto Alegre, nessa parceria do Governo Federal com a política
pública municipal. Quem continua em dívida com seu compromisso com a Saúde se
chama Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que não repassa os recursos.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder. O Ver.
Márcio Bins Ely, recentemente, aprovou o Estatuto da Juventude Socialista e fez
uma bela versão para o espanhol, para que se conheça o trabalho da juventude
socialista do Rio Grande do Sul, do Brasil, em toda a América Latina.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo
Sr. Presidente Goulart, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste nas galerias, pela
TVCâmara, a minha saudação mais uma vez pelo Dia Internacional das Mulheres.
Venho
a esta tribuna hoje, Sr. Presidente, falar em tempo de Liderança. A minha
Bancada é constituída pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino
Besson, Mario Fraga, por este Vereador e pelo Vereador-Presidente.
Recebemos ontem, aqui na
Câmara, a visita do Sr. Kevin Krieger, Secretário Municipal de Direitos Humanos
e Segurança Urbana, que trouxe ao nosso conhecimento a necessidade de se criar
no Município a Corregedoria e a Ouvidoria da Guarda Municipal de Porto Alegre.
Atentamente estivemos escutando, com um grupo de colegas Vereadores, as
alegações sobre a necessidade e os motivos pelos quais esse Projeto de Lei
está-se formatando, o qual deve estar sendo apresentado aqui na Casa muito em
breve. Fundamentalmente, esse Projeto de Lei visa a adequar a legislação do
Município para que a Guarda Municipal possa novamente estar armada.
Eu gostaria de dizer para
os porto-alegrenses que estão nos assistindo que praticamente a unanimidade dos
Vereadores presentes naquela reunião - estavam lá os Vereadores Ervino, Mario
Fraga, Goulart, Nedel, Dib, Bernardino Vendruscolo, Mônica Leal e outros -
entende que se faz necessário e urgente que a Guarda Municipal esteja armada.
Tivemos a oportunidade de ouvir inclusive alguns depoimentos por parte de
integrantes da Guarda Municipal que chegaram a nos dizer que ocorre o cúmulo da
inversão de papéis, hoje, por parte da Guarda Municipal, quando a autoridade
não pode utilizar o colete à prova de balas com medo de que seja furtado. Ou seja,
o Guarda Municipal - e foi-nos dado o exemplo do Extremo Sul - não pode
utilizar o colete à prova de balas, porque ele não tem arma, e os bandidos,
sabendo que a Guarda não está armada, estão furtando os coletes à prova de
balas da nossa própria Guarda Municipal!
Quero
registrar também a preocupação que nos foi exposta ontem pelo Secretário, do
fato de que as abordagens, por vezes feitas em alguns estabelecimentos do Poder
Executivo... Hoje cerca de duzentos estabelecimentos estão sendo monitorados
via câmera e via alarmes, e, quando soa o alarme, Presidente, a Guarda
Municipal se desloca, mas ela tem de aguardar que chegue a Brigada Militar, ela
não pode adentrar no estabelecimento, sob pena de sofrer um fuzilamento sem
resposta, porque estão desarmados. Então, no meu entendimento, no entendimento
deste Vereador, se faz necessário, sim, que nós, em caráter de urgência,
possamos fazer, através do Legislativo Municipal, todas as movimentações
necessárias para adequar a legislação no sentido de realmente trazer de volta o
armamento aos integrantes da Guarda Municipal.
Foi-nos
esclarecido, também, que algumas modificações importantes e alguns avanços
importantes foram concretizados em conjunto com a Secretaria Estadual de
Segurança. Trouxe-nos ao conhecimento o Secretário Kevin - ao qual nós
registramos aqui o reconhecimento pela responsabilidade e pelo trabalho sério
que vem desenvolvendo - que hoje já temos cerca de vinte viaturas em plenas
condições de estar patrulhando o Município. Hoje a Guarda está composta por
cerca de seiscentos homens e mulheres, ou seja, é muito importante que nós
possamos, Srs. Vereadores, o quanto antes, cumprir todas as exigências legais
para que se possa devolver o armamento à Guarda Municipal. E um dos
pré-requisitos é justamente aprovarmos esse Projeto de Lei, que cria a
Corregedoria e a Ouvidoria da Guarda Municipal de Porto Alegre, cumprindo,
assim, mais um dos pré-requisitos para que, então, de maneira legal, novamente
a nossa Guarda possa estar armada. Era o que eu tinha a dizer, muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Ver. Márcio Bins Ely.
Agradeço
a tolerância do Ver. Maurício Dziedricki, que nos permitirá fazer uma pequena
correção: devido à importância que esse fato tem, nós retomaremos agora, neste
momento, após consultada a Diretoria Legislativa, a Tribuna Popular.
Passamos
à
Queremos,
em um primeiro momento, pedir desculpas à nossa visitante por ter-se informado
com uma funcionária recente e não ter atingido os objetivos de momento. Então,
está sanada a preocupação do Ver. Sebenelo, está contemplado um assunto
importantíssimo sobre os quais os Governos têm de se debruçar mais, que é a
anemia falciforme. E com quem? Com uma autoridade no assunto: a nossa visitante
Carem Conceição da Silva Fortunato.
O
SR. MARIO FRAGA: Vereador-Presidente
Dr. Goulart, mesmo sendo do mesmo Partido, eu sou obrigado a fazer o
reconhecimento pela sua atitude. Meus parabéns, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Muito obrigado.
A
Srª Carem Conceição Fortunato, representando o Centro de Apoio ao Portador da
Anemia Falciforme do Rio Grande do Sul, está com a palavra para falar sobre a
anemia falciforme e sobre as políticas públicas dessa doença tão importante que
acomete a nossa população e, principalmente, os negros, pelo tempo regimental
de 10 minutos.
A SRA. CAREM CONCEIÇÃO DA SILVA
FORTUNATO: Boa-tarde a
todos. Sanados todos os problemas, vamos à anemia falciforme. Parabéns, Dr.
Goulart, pela sua atitude; agradeço a todos os Vereadores e a todas as
Vereadoras, agradeço à Casa.
Sou
Presidenta fundadora do Centro de Apoio ao Portador da Anemia Falciforme do
Estado do Rio Grande do Sul, e trabalhamos, pelo menos tentamos fazer alguma
coisa, em prol dos doentes falciformes e talassêmicos do Estado. Não vou falar
sobre a doença, porque tenho certeza de que os senhores têm informações sobre
essa patologia tão cruel.
O
que nos traz aqui, hoje, é tentar, junto com os senhores, buscar uma união para
diminuir a inacessibilidade dos doentes falciformes e dos talassêmicos aos
serviços públicos de saúde.
Leis
é o que este País melhor sabe fazer. Para a anemia falciforme, temos um Decreto
Estadual, temos uma lei de rastreamento neonatal, temos o Dia Municipal do
Controle da Anemia Falciforme, dia 16 de agosto, temos a Portaria GM 822, do
Governo Federal, e também temos a GM 1018, do Governo Federal, que é lei. Esta
lei serve para todas as patologias, menos para a anemia falciforme. Nós estamos
cansados de promessas, estamos cansados de falsidade, estamos cansados de
golpes, estamos cansados de truques.
Este
País, assim como este Estado, não trabalha e não respeita os doentes
falciformes por uma única questão, uma única razão: neste Estado nós morremos
pela cor da pele. O doente falciforme só morre porque é negro e porque depende
do SUS. É inadmissível, sabe-se que é a doença mais antiga do mundo, ela existe
há oitocentos anos antes de Cristo. Portanto, ela está aqui primeiro que a
Aids, que a tuberculose, que a gravidez na adolescência, que a anemia
ferropriva - para essa há dinheiro e campanha bonita na televisão. Ela está
aqui primeiro que todas. Por que não fizeram nada? Por que não tivemos ação
para salvar a vida dos doentes falciformes? Porque são negros, sim.
Que
engraçado, em época de eleição, os doentes falciformes, majoritariamente
negros, servem para votar! O Título de Eleitor do povo negro no Estado do Rio
Grande do Sul, aliás, só tem servido muito bem para isso; para dar direitos,
muito pouco.
Hoje
é o Dia Internacional da Mulher, deveríamos, mesmo, ter aqui milhares de
doentes falciformes, mas, como a gente não tem dinheiro para a passagem e houve
esta confusão, realmente eles não vão estar aqui. Mas eu gostaria de lembrar a
todos os senhores que eles estão em todos os bairros desta Capital e que eles
estão no Estado do Rio Grande do Sul aonde boa parte dos Srs. Parlamentares,
tanto da Câmara Municipal quanto da Assembléia Legislativa, da Câmara Federal,
do Senado e da Presidência da República, entram em época de eleição para buscar
votos.
O
desconhecimento dessa patologia na rede básica de saúde é assustador, é
desumano; não há medicamento, não há nada. Excelente trabalho faz o Hospital da
Criança Conceição, e está lutando também o Hospital de Clínicas. Saiu daí,
ninguém sabe o que é anemia falciforme. Que morram!
O
que nos traz aqui, também, é uma propaganda que está sendo veiculada nos meios
de comunicação, na televisão e no rádio. E agora trocaram o horário, passaram
para a parte da madrugada, e aí, de madrugada, são só os intelectuais que vêem
televisão, porque a galera que tem que juntar papel às 7h da manhã não pode
ficar vendo televisão até de madrugada. Essa propaganda, agora, está passando
de madrugada. É uma propaganda que os senhores já viram, que fala da anemia ferropriva,
não é a falciforme; também não explicam que tipo de anemia é, mas é para a
galera ir para o posto de saúde tomar sulfato ferroso. Porque o que pobre toma
quando ele está doente ou com alguma deficiência é sulfato ferroso, não é mais
nenhuma vitamina melhor do que isso. E sulfato ferroso, os senhores sabem, para
quem tem doença falciforme ou talassemia, que é a doença do italiano, mata,
sim, porque vai destruir o fígado. Ele já tem excesso de ferro, quem é que vai
tirar esse ferro depois? Então, o Rio Grande do Sul, realmente, quer apurar a
raça, não é? Vai matar os negros e os italianos, decerto vão ficar só os
alemães, é isso que nós temos observado.
Nós
queremos uma atenção especial para isso, pelo seguinte: se há desinformação da
rede básica de saúde, que é de competência do gestor municipal e estadual, se
sequer sabem de qualquer tipo de anemia, como o sulfato ferroso está indo parar
em massa nos postos de saúde? E não é só em Porto Alegre. A orientação que os
médicos receberam é para dar o sulfato ferroso para todas as gestantes, para
todos os bebês, não interessa que tipo de anemia eles tenham. Quem serão os
responsáveis por isso? Infelizmente, eu não tenho a pele clara, o olho azul,
não tenho silicone, não posso botar silicone, também na panturrilha, porque
agora é moda; não sou popozuda e não tenho cabelão, meu cabelo é carapinha.
Porque, não fosse isso, essa propaganda não estaria mais no ar, e o posto de
saúde, que é de competência, sim, dos dois gestores, também não estaria
distribuindo em massa sulfato ferroso.
Então,
eu vim aqui pedir aos senhores, porque é assim: quando chega a época de
eleição, todos os Partidos fazem as suas coligações e se unem. Aí, depois que
sentam no poder, dizem: “O problema não é meu, porque essa Secretaria é do
Partido tal; esse outro problema não é meu, porque é do outro Partido”. Mas,
quando foram lá na minha vila buscar voto, foram unidos, todos os Partidos. Por
que, depois, então, ninguém é o dono do problema? Alguém vai ter de ser
responsável por isso. E a Câmara de Vereadores mais ainda, porque é ela que
detém na mão a rede básica de saúde que está nas mãos do Município. Não é isso?
Então, que os senhores sentem com o Secretário Municipal de Saúde e, também,
com o Secretário Estadual de Saúde, quem tiver força para isso e cor, porque eu
não tenho - tenho força, mas não tenho cor -, para parar essa função do sulfato
ferroso e para, realmente, fazerem as ações para a anemia falciforme, que está
lá dentro de quatro leis.
E
chega de leis! Chega de leis! A comunidade não acredita mais em gestor nenhum.
Nós estamos abandonando toda e qualquer relação com o gestor municipal e com o
gestor estadual, porque, realmente, eles não vão fazer coisa alguma. Nós vamos
esperar para ver quais serão as novas propostas dos novos Deputados Estaduais e
Federais, pois vai vir aí uma eleição, não é verdade? E, dentro da proposta do
Governo, se ele não for trabalhar a saúde da população negra, a gente também
não precisa ir votar, não é? Se a única arma que temos é o voto, vamos a ela. A
cor não nos favorece, mas o Título de Eleitor é uma arma, e vocês podem ter
certeza: nós vamos usá-la. Mas morrer neste Estado por cor da pele, nunca mais.
Isso tem que ter um fim, isso tem que acabar. Infelizmente, os negros também
são culpados disso, porque deveriam lutar mais pela sua etnia, realmente. Se
cada um dentro do seu Partido - porque tudo que é Partido tem movimento negro -
fosse exigir do “seu senhor” de dentro do Partido político que ele fizesse algo
e não só o usasse na hora de ir para a rua, na hora de botar a bandeirinha na
paleta, talvez isso não estivesse acontecendo.
Então,
eu só quero isto dos senhores, para terminar: ajudem na questão da anemia
falciforme. A nossa arma, em 2006, é o voto, doa a quem doer. Morrer pela cor
da pele nunca mais, não neste Estado, que está em primeiro lugar como o Estado
mais racista do Brasil. Eu até acredito nisso, porque, hoje, naquele caminhão
bonito que a galera levou lá na Esquina Democrática, eu vi só uma mulher negra.
Nem sei se ela falou. Prêmio Emmy, com certeza, não sou eu que vou receber. Mas
não faz mal. O trabalho da nossa instituição é para a comunidade carente. O
trabalho da instituição é para levar informação, orientação. A instituição não
vai dizer para ninguém que sulfato ferroso mata, mas mal-administrado ele mata,
sim; mata o doente falciforme e mata o talassêmico, que é italiano. E o Rio
Grande do Sul, definitivamente, tem que aceitar que é um Estado miscigenado.
Porque, quando a gente fala de anemia falciforme para o pessoal da área da
Saúde, eles têm uma vaga noção de que parece que a anemia falciforme é uma
doença lá da África. Então, se parece que é uma doença lá da África, a
“negrada” não está aqui - esse é o problema da anemia falciforme.
O
maior perigo da anemia falciforme é você não saber que ela existe, e o maior
entrave da anemia falciforme é a discriminação racial, principalmente por parte
dos gestores, em todas as suas instâncias. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Muito obrigado. Convido a fazer parte da Mesa a Srª Carem Conceição e a nossa
líder comunitária na área da Saúde, do bairro Ruben Berta, Maria Odete Franco,
também interessada no assunto da anemia falciforme.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. Há um escritor
italiano que mora em São Paulo que escreve no jornal Folha de São Paulo, Carem,
e ele diz explicitamente que há uma seqüela escravista profunda nas relações
sociais no dia-a-dia, na rotina. Diante dessa seqüela escravista, muitas vezes
parece que estamos no fim do século XIX, quando os escravagistas lutavam com os
escravocratas. E, muitas vezes, quando esse processo preconceituoso contra o
negro é aplacado por uma lei, ele vem de uma forma mil vezes pior, que é o
disfarce, que é a entrelinha, que é a piadinha, que é especialmente o
sub-reptício, aquilo que não nos apercebemos. E começamos a pinçar, nas
estruturas administrativas, uma série de pontas de icebergs, uma série de indicadores desse preconceito, cuja
aparência é escamoteada por uma lei; pelo temor de ser preso e não poder pagar
fiança.
Na
verdade, o amor ao próximo, o amor ao irmão, seja ele preto, branco, índio, não
é o fundamento dessa lei. Essas leis incidem temor e, muitas vezes, uma
repressão, de uma certa forma, muito disfarçada; de uma certa forma,
extremamente safada administrativamente, e ela aparece quando pessoas mais
inteligentes e mais acostumadas ao trato de um assunto dessa ordem começam a se
aperceber que esses são os indicadores do monstro preconceito, imenso, que nós
não conseguimos enxergar, mas que está do nosso lado, que está nas relações
sociais. Quando falamos em relações sociais, falamos de como eu trato a minha
empregada doméstica, de como eu respeito o motorista de táxi, de como eu trato
o lixeiro que recolhe o lixo da minha casa. Com mando, com tortura, mas
principalmente com omissão e com indiferença. Assim como as instituições se
omitem e são indiferentes aos problemas raciais, queiram elas ou não, com
demagogia ou não.
E,
dentro disso, a raça negra é tratada de uma forma preconceituosa, muitas vezes
com esse disfarce de que falei, o qual começa a se tornar visível nitidamente
quando, por qualquer defeito do sistema, aparece a distribuição de ferro para a
anemia em geral, a anemia ferropriva, quando, na verdade, nós temos uma alta
incidência no Brasil de anemia falciforme. Falciforme não é por ser falsa, não,
é por ter forma de foice ao microscópio. É disto que nós queremos falar: é que
a doença dá numa raça, e, por ser da raça negra, ela é esquecida, ela está no
inconsciente coletivo das pessoas.
Eu
falo desse problema racial porque no domingo só se falou em problema racial.
Nós ouvimos muitas bobagens sobre problemas raciais, Presidente, inclusive
dizem que o negro tem preconceito e que o negro também discrimina. Só que o
branco não foi esmagado durante quase quinhentos anos. Essa é a grande
diferença! Nós não estamos fazendo favor nenhum quando criamos estruturas para
proteger os negros das doenças decorrentes da sua etnia. Mas o que é pior, como
diz Martinho da Vila: “Livre dos açoites da senzala e presos à miséria da
favela”.
Esses
mecanismos deveriam ser a redenção do negro, do negro brasileiro, nosso irmão,
exatamente igual a todos nós, independente de pele, ele tem a mesma
sensibilidade, a mesma inteligência, uma produção magnífica, sob todos os
pontos de vista, ele é discriminado oficialmente, declarado oficialmente
discriminado. É contra isso, Sr. Presidente, que nós precisamos lutar. E, por
favor, não voltemos mais ao fim do século XIX, quando queríamos abolir a
escravatura por uma questão macroeconômica. Queremos, hoje, um País um pouco
mais igual, um pouco mais justo, mas, principalmente, que não ponha fora pela
janela, pelo menos, essa maravilhosa alegria que os negros trouxeram a estes
oito milhões de quilômetros quadrados do nosso querido País. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em
primeiro lugar, a nossa saudação à amiga Carem, do CAPAF, à nossa liderança da
Zona Norte também, é uma satisfação recebê-los. Ficamos surpresos, hoje, quando
não houve a Tribuna Popular, para a qual havíamos chegado cedo aqui, mas o
problema foi resolvido.
Queremos
parabenizá-la por essa luta e dizer que nos orgulhamos de ter criado, nesta
Casa, junto com o Ver. Nereu D’Avila, um Projeto que contou com a sua
assessoria, que exatamente trouxe para a cidade de Porto Alegre a discussão
dessa doença que atinge mais os negros - não somente - e que tem uma grande
invisibilidade, como tudo o que diz respeito a uma etnia tão importante no
nosso Brasil, que tanta contribuição deu, mas que ainda sofre tanta
discriminação. Então, em primeiro lugar, receba a nossa solidariedade.
Nós
estivemos também acompanhando um problema com a CAPAF lá no Vida Centro
Humanístico. A CAPAF tem, naquele local, uma sala, um espaço para o seu
trabalho, e, nas comemorações do 2º Dia Municipal, tomamos conhecimento de que
a entidade estava sendo despejada de lá. Houve todo um trabalho, e o problema
foi solucionado.
Recebemos
- estava vendo aqui na minha pasta - uma denúncia sobre problemas, aqui do
Governo Municipal, de não-andamento dos projetos. Nós sabemos que há uma lei
estadual - foi dito aqui - e também uma lei federal, um programa, e as coisas
não andam. Isso nos preocupa.
E
nos preocupa essa informação que a Dona Carem traz de que, evidentemente,
existem outras anemias que também merecem tratamento e atenção. Eu não vi essa
propaganda, mas a informação é de que há uma propaganda malfeita, que induz a
erro, o que é preocupante. Nada contra que tratemos também dos outros casos de
doenças que atingem outros setores da população, mas não podemos fazer com que
uma população já tão sofrida tenha algum prejuízo por uma campanha que, no meu
entender, deve estar malfeita.
A
Verª Maria Celeste irá falar pela nossa Comissão de Direitos Humanos, Direitos
do Consumidor e Segurança Urbana; nós trocamos aqui algumas idéias, mas as
deixarei, porque a proposta é da Vereadora. O nosso encaminhamento é este.
Então,
estamos à disposição, vamos ver se comemoramos o 3º Dia Municipal neste ano com
a máxima repercussão. Inclusive, pediria que a Comissão de Saúde aqui da Casa e
a Comissão de Direitos Humanos fizessem um grande movimento, para que esses
problemas sejam superados. Parabéns, Carem, pela sua coragem de sempre!
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minha cara Carem
Fortunato, eu quero dizer que fiquei realmente impressionado com a exposição
clara e precisa que foi feita. Eu quero dizer que, de repente, eu fiquei
aborrecido com o pronunciamento da senhora, quando falou no voto, de cobrar o
voto. De qualquer forma, eu fico muito feliz também, pois a senhora falou que
chega de leis. E, na verdade, eu lhe dou inteira razão.
O
voto deveria ser respeitado, a promessa, especialmente, deveria ser respeitada,
e nós não precisamos de lei para resolver o problema da anemia falciforme; nós
precisamos ter vontade, nós precisamos entender que essa história de direitos
humanos é história. O que nós precisamos entender é que os deveres humanos têm
de estar presentes. E nós temos o dever não de fazer discurso para dizer que a
senhora tem razão, mas o dever de procurar uma solução. Se cada um fizer a sua
parte, se cada um cumprir com o seu dever, ninguém mais vai ficar doente.
Mas
nós fazemos leis, e a Constituição Federal, a Lei maior do País, diz que o
salário mínimo sustenta quatro pessoas, com casa, comida, roupa lavada e férias
na praia - e, ainda, com dinheiro na poupança. Está escrito! E, aí, nós fizemos
leis, mas as pessoas que precisam do remédio não o recebem, as pessoas que
precisam do remédio precisam ficar de madrugada na fila. Eu acho que não há
nenhum Vereador, aqui, que não tenha recebido alguma solicitação de pessoas
necessitadas de tratamento para hepatite, ou para uma série de outros
tratamentos em que os remédios são caros, pois o Governo não os está
distribuindo.
Quanto
a mim, eu vou solicitar, de imediato, duas cópias do seu pronunciamento e levar
uma cópia para o Secretário da Saúde do Município e a outra cópia para o
Secretário da Saúde do Estado, pois, na realidade, eles têm o dever de buscar
uma solução para o problema. Como eu disse anteriormente, se todos cumprissem
com o seu dever, eu tenho absoluta convicção de que nós não teríamos problemas.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srª
Carem Conceição, Presidente do Centro de Apoio ao Portador da Anemia Falciforme
do Rio Grande do Sul; Srª Maria Odete Franco, grande companheira, guerreira, de
luta do bairro Rubem Berta, para nós é uma alegria e uma honra muito grande
recebê-las neste dia 8 de março, nesta Casa, com o assunto pontual da anemia
falciforme, mas que traz toda uma questão de gênero, de classe, como nós
pudemos perceber quando do seu pronunciamento no espaço destinado à Tribuna
Popular. Eu tenho muito orgulho de pertencer a uma Bancada feminina desta Casa,
que é representada pelos mais diversos Partidos. A Casa certamente se
solidariza, compreende e quer estar aguerrida a essa luta que a senhora tão bem
relatou para nós neste dia 8 de março.
Eu
queria propor, Srª Carem e demais Vereadores, como nós compomos a Comissão de
Direitos Humanos - já consultei os Vereadores que estão aqui no plenário e
nosso Vice-Presidente, Ver. Maurício, que se encontra aqui -, que a Comissão de
Saúde pudesse, junto com a Comissão dos Direitos Humanos, providenciar uma
Audiência Pública para discutirmos profundamente esse tema, com encaminhamentos
claros, objetivos, para a verificação de todos os programas e projetos que há
nessa área no Município de Porto Alegre, a fim de que possamos produzir
encaminhamentos concretos dessa sua reivindicação. Proponho, Sr. Presidente,
que a Comissão de Saúde e a Comissão de Direitos Humanos - porque a senhora
traz a questão dos direitos humanos: o gênero, a raça vêm muito forte na tua fala
- se reúnam e encaminhem, no final desta Tribuna Popular, uma proposta de data
para a entidade.
Sugiro
também que possamos trazer os Secretários do Município e do Estado que tratam
desse tema - e o Governo Federal também, como lembra tão bem o Ver. Raul
Carrion aqui -, para que possamos juntos discutir e debater, numa Audiência
Pública, com encaminhamentos bem concretos, essa sua questão. Muito obrigada
pela participação neste dia tão importante para nós, mulheres. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Vereadora, muito bem falado.
O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI:
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, quero mais uma vez registrar aqui, conforme o
Ver. Mario já o fez, a benevolência de atender à necessidade de tratarmos o
tema da anemia neste dia. Quero também fazer uma saudação especial a Carem
Conceição, nossa liderança comunitária na área da Saúde. Registro, Carem, que a
Bancada do PTB, através da nossa vocação, tem também um movimento negro, no
qual essa temática da anemia falciforme já foi tratada, porque entendemos não
somente ser um problema de saúde, mas, acima de tudo, estar envolto no problema
racial; trata-se de uma conquista que a comunidade negra precisa impor nos
ritmos de gestão de Saúde Pública. Queria parabenizá-la pela iniciativa, pela
militância, pela luta; que a gente possa tratar essa temática resgatando todas
aquelas distorções históricas que envolveram a raça negra, que envolvem um
problema técnico na área da Saúde, do acesso à Saúde, da dignidade do acesso à
Saúde e também que tenhamos o compromisso de envolver isso, como já bem propôs
a Verª Maria Celeste, como um problema racial, sobre o qual nós, da Comissão de
Direitos Humanos, temos amplitude para tratá-lo.
Essa
associação da Comissão de Saúde com a Comissão de Direitos Humanos buscará
tratar de maneira clara e, acima de tudo, didática os problemas, identificando
formas para corrigirmos a dificuldade do acesso à Saúde para a anemia
falciforme. Esse é um caso de Saúde Pública. Nós já tivemos aqui nesta tribuna
diversos setores da sociedade registrando suas preocupações. Inclusive eu me
lembro do setor odontológico, que nós não conseguimos levar à rede pública de maneira
eficaz. Quem sabe através das discussões permanentes, através deste Plenário e
das nossas reuniões temáticas possamos explicitar, porque eu concordo com a
senhora, o maior inimigo da anemia falciforme é o desconhecimento.
Então,
gostaria de registrar com louvor o trabalho e a militância de vocês duas. E que
isso se projete também para todos aqueles que sofrem dessa doença. Parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em nome do seu Partido, PDT, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Vereadoras, estimada e querida Carem Conceição
da Silva Fortunato, tu deverias ser colocada num pedestal. Eu conheço a tua
luta desde o meu período na Assembléia Legislativa. Extraordinária essa tua
luta. Falo isso em nome da minha Bancada, em meu nome e dos Vereadores Nereu
D’Avila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga e Neuza Canabarro. E tu não te cansas
nunca tamanha a tua competência. Eu acho que tu colocastes, no dia de hoje, o
assunto com muita clareza desta tribuna, e o Ver. Dib destacou a forma como
colocastes.
Eu
sempre digo, minha cara Carem, que, na maioria do patrimônio histórico que foi
tombado nesta Cidade, neste Rio Grande, está a engenharia da mão do negro, e
muitos deles analfabetos. Então, nós temos que ter carinho e consideração pela
história dessa gente.
Estamos
juntos nessa luta, como todas as Bancadas daqui. Que tu continues com esse
trabalho, que Deus ilumine os teus passos, dia a dia, porque sei que muitos
problemas tu enfrentas. Mas tenha a certeza, Carem, de que muita gente está do
teu lado. Um dia a tua luta será gloriosa, e estaremos juntos nessa glória. Em
nome da Bancada do PDT, mais uma vez, o nosso fraterno e carinhoso abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Vereadores e Vereadoras, Srª Carem, é com muita satisfação que
justamente no Dia Internacional da Mulher a recebemos aqui, nessa sua luta, que
a gente teve a oportunidade de conhecer já com alguma profundidade e a ela nos
associarmos, com certeza. Já tomamos medidas propositivas em relação à anemia
falciforme, já falamos com a Secretaria de Saúde do Estado, com o Sr. Francisco
Isaías, uma pessoa que também está ligada à abertura do Hemocentro, ainda se
possível este mês, enfatizando a questão das hemoglobinopatias, muito importantes
dentro desse processo de luta e de conquista.
E
gostaria de deixar, em nome da Bancada do PMDB, composta por este Vereador e
pelos Vereadores Bernardino, Ibsen, Haroldo de Souza e Sebastião Melo, a quem
substituo neste momento, firmada a nossa parceria, pode contar conosco. Deixo
mais uma homenagem em relação também ao Dia que a senhora representa, assim
como as Vereadoras, as mulheres da Casa.
Inclusive,
eu queria finalizar, deixando o nome de algumas mulheres muito importantes na
minha vida, lutadoras, que devem ser citadas: Vera, Helena, Leila, Alessandra e
Naide. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito
obrigado, Vereador.
Srs.
Vereadores, esta Presidência se sentiu ufanada por permitir que se
continuasse a Sessão com a Tribuna Popular e não se arrependeu. Ouvimos o belo
pronunciamento dessa nossa guerreira, dessa nossa negra Carem Conceição, e esta
presidência considera o seu discurso uma delação, uma denúncia, por isso também
se irmana à Comissão de Direitos Humanos
e à Comissão de Saúde para enfrentarmos uma luta que parece perdida, pois há
tanto tempo existe e não consegue se consolidar. Conclamo todos os Vereadores
para se preocuparem com essa denúncia, que pode ter um fundo racial.
Muito
obrigado, senhoras e senhores. Agradeço a presença da Dona Odete, da Dona
Carem. Uma salva de palmas para essa luta! (Palmas.) Suspendo os trabalhos para
as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h57min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h59min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Maurício Dziedricki, jovem liderança, está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo
Sr. Presidente, Vereador e companheiro Dr. Goulart; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias desta Casa e pela
TVCâmara, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, eu gostaria de
registrar hoje, no Dia Internacional da Mulher, que não existe nada mais humano
do que a relação que temos com as mulheres, em cujo seio o homem dorme, nasce,
acorda, vive, sofre, é amamentado e morre. É neste dia especial que nós rogamos
a todas as mulheres sucesso, participação efetiva na sociedade, de maneira
universal, total e sem preconceitos. Um registro especial às funcionárias desta
Casa, às nossas assessoras parlamentares e às nossas Vereadoras.
Venho ocupar o tempo de Liderança, em especial,
no Dia Internacional da Mulher,
para retratar o cenário das mulheres na participação dos grupos da terceira
idade em Porto Alegre. Isso porque está acontecendo neste momento uma atividade
de integração dos grupos da terceira idade da Fundação de Assistência Social do
nosso Município, numa comunidade que absorve aproximadamente 87% das mulheres
que estão hoje na terceira idade. Trata-se de uma participação efetiva que se
traduz não somente no lazer, não somente nas realizações culturais, mas também
na participação econômica dessas mulheres, aquelas que, com mais de 60 anos,
buscam uma oportunidade de se afastar dos problemas de casa para resolver
problemas que são universais a quem tem mais idade, buscar um reconhecimento da
sociedade, da Prefeitura de Porto Alegre.
A
nossa presidenta, Brizabel, está implementando, por meio do Conselho Gestor da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o programa chamado “Carinho não tem
Idade”, no qual há a transdisciplinaridade da saúde, da educação, do transporte
público, das condições de empregabilidade e, acima de tudo, do investimento
dessas jovens senhoras, fazendo com que tenham a oportunidade de buscar, nesse
caminho, nesse sentido, reconhecimento por parte do Poder Público. “Carinho não
tem Idade” é um programa que está em fase de nascimento, está surgindo dos
nichos técnicos da FASC e busca nesse momento as entidades da sociedade civil
organizada.
De
pronto, nós temos, no nosso Orçamento municipal, 180 mil reais já alocados, já
destinados para a construção de um centro de convivência da terceira idade para
a Zona Sul, fazendo com que exista um projeto-piloto. Esse projeto-piloto é que
nós queremos trazer aqui. Nós não podemos permitir que a Prefeitura de Porto
Alegre tenha centros de convivência que vivam da albergagem, da abrigagem
exclusiva; nós não temos capacidade nem condições financeiras para isso. O que
nós temos é a oportunidade de fazer um reconhecimento às mulheres e aos
senhores da terceira idade, para que nesses espaços encontrem um local de
lazer, de oportunidade, de trabalho, de recreação e de cultura.
O
que a presidenta Brizabel nos informou foi justamente essa vontade de fazer com
que os Vereadores participem dos grupos da terceira idade não somente com
projetos que tratem das dificuldades, mas com projetos que estimulem aquela
dificuldade a se tornar positiva. E aí registramos aqui inúmeros projetos,
inclusive o do Ver. Haroldo, do Ver. Bernardino, que tratam dessa temática, bem
como o deste Vereador. Precisamos buscar a facilitação da vida daqueles que
hoje estão na terceira idade. Existe o Estatuto do Idoso, que deve ser
cumprido.
Hoje
a gente enfrenta uma grande dificuldade no acesso à saúde, e aqui registrava,
com a Conceição, o problema da anemia falciforme, mais todos aqueles problemas
inerentes à terceira idade. De que forma solucionaremos, senão com políticas
afirmativas, políticas de inclusão? E hoje, no Dia Internacional da Mulher, eu
gostaria de invocá-las, que haja preocupação também com as mulheres da terceira
idade, que seja um dia da inclusão total, que seja um dia que se reproduza ao
longo dos outros 365 dias do ano, fazendo com que a terceira idade, a mulher, o
negro possam ter reconhecimento não somente por força da lei, mas por força da
moral de cada bom cidadão desta Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
A
Verª Clênia Maranhão, no Dia da Mulher, está com a palavra em Comunicação de
Líder, falará em nome do seu Partido, o PPS, ela, que tem tantos projetos e
tantas ações de gênero em defesa da mulher.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nestes dias que
antecederam o 8 de março, a imprensa mundial fez inúmeras reportagens sobre uma
pesquisa da ONU que fala sobre o avanço das mulheres, e nessa pesquisa as
mulheres brasileiras foram avaliadas como aquelas que tiveram um crescimento do
seu espaço na área do trabalho, e um crescimento do empoderamento das mulheres
em todos os Parlamentos do País. Se é verdade que as mulheres, pela sua
competência, pela sua qualificação, pelo seu esforço, têm conquistado espaço,
inclusive têm hoje as presidências de 12 países do mundo, também é verdade que
as mulheres, na sua grande maioria, prosseguem no mercado de trabalho ocupando
os guetos profissionais das profissões menos remuneradas. Também é verdade que
são as maiores vítimas da guerra, são as maiores vítimas da miséria, da
exclusão e da desigualdade.
Passados
exatamente 11 anos da Conferência de Beijing, a conferência mundial que aprovou
a plataforma de igualdade das mulheres, prosseguimos ainda com a necessidade da
construção de políticas públicas inclusivas e igualitárias. Aproveito então
este 8 de março, quando a sociedade brasileira volta mais os seus olhares à
questão da discriminação de gênero, para apresentar a esta Casa uma proposta de
resolução que entreguei em mãos ao Presidente deste Parlamento, que espero seja
acatada pela Mesa Diretora e que, sendo acatada, colocará este Parlamento em pé
de igualdade com os Parlamentos da União Européia, com os Parlamentos que se
têm voltado à construção do aprimoramento democrático e, portanto, da igualdade
de gênero.
A
proposta que apresento às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores, por
meio da Mesa Diretora, é referente aos veículos de comunicação institucional,
ao veículo institucional de comunicação ou aos veículos institucionais que, por
acaso, esta Casa venha a construir. Queremos que neles haja sempre a sua
definição de missão em conteúdo de gênero. É importante que isso se constitua
como Resolução de Mesa, porque seguirá na trilha de outros Parlamentos que já
definiram que, em suas programações, haja espaços reservados para a construção
de caminhos de igualdade, para a busca do encurtamento desses caminhos por meio
de campanhas sobre os direitos das mulheres, sobre os avanços construídos nos
organismos internacionais que trabalham a questão dos direitos humanos das
mulheres.
É
importante que a nossa TVCâmara e que a nossa Rádio Web possam colocar em sua
programação espaços que orientem as mulheres sobre os seus direitos
reprodutivos, sobre os seus direitos civis, sobre os cuidados infantis, sobre a
necessidade de sua capacitação para o empoderamento do contingente feminino.
Esperamos que essa proposta de Resolução, que dará obrigatoriedade aos nossos
organismos institucionais de comunicação de colocarem em sua programação
conteúdos referentes à construção de caminhos de igualdade de direitos, através
de uma metodologia democrática e pedagógica, venha a permitir que milhares e
milhares de mulheres do nosso Município, e de outros Municípios, que acompanham
o trabalho do nosso Parlamento, possam ter acesso à informação, elemento
fundamental na construção da igualdade. E a nossa proposta se coloca exatamente
numa etapa do processo de desenvolvimento das tecnologias da informação
extremamente significativa, porque cada vez mais os órgãos de comunicação se
constituem em veículos fundamentais na construção das idéias, na construção dos
pensamentos, nas construções dos comportamentos.
Por
último, para finalizar, Sr. Presidente, eu queria fazer um registro, um
agradecimento, um reconhecimento a todos os órgãos de imprensa do nosso Estado
que assumiram o co-patrocínio, o patrocínio, a autoria de uma campanha contra a
violência em relação às mulheres. A campanha ocupou as páginas de todos os
jornais da nossa Cidade, denunciando que, infelizmente, neste 8 de março, Dia Internacional
da Mulher, muitas mulheres receberiam, abrindo as suas caixas de presentes,
atos de violência física, psicológica e emocional.
Então,
queria agradecer, parabenizar e reconhecer esse papel de responsabilidade
social demonstrado no dia de hoje, no Dia Internacional da Mulher, nos veículos
Zero Hora, Jornal do Comércio, Correio do Povo e jornal O Sul, que encamparam
uma campanha de várias entidades contra a violência: a Confederação das
Mulheres, a Federação das Mulheres Gaúchas, o PAMA, o Jusmulher. Isso demonstra que as entidades empresariais
aprimoram o seu papel perante a sociedade, assumindo esses projetos de
responsabilidade social, como é o caso de uma agência, a Nova Centro, que doou
essa campanha à luta das mulheres. É um indicativo do crescimento, da
consciência, da responsabilidade social dos veículos de comunicação, das
agências do nosso Estado e do nosso País.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder. O Vereador apresentou recentemente um Projeto
sobre nepotismo, que, por receber Emendas, retornou às Comissões, mas, em
breve, essa matéria será apreciada por este Plenário.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Ver. Dr. Goulart, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, nós, como Bancada do Partido dos Trabalhadores,
também queremos nos solidarizar às comemorações do Dia Internacional da Mulher,
dia 8 de março, não só por esta ser uma data de extrema significância, mas
também por entendermos que muitas são as ações que hoje são dirigidas à
liberdade de ação e, acima de tudo, aos direitos. Direitos que ainda são, de
uma certa forma, muito atingidos, como, por exemplo, a questão do assédio
moral, do assédio sexual, que acontecem diariamente em muitas das repartições
públicas em todo o País.
Sabemos
nós que o Poder Público, seja o Legislativo ou o Executivo, é muito cobrado no
que se refere a ações permanentes. E o Hospital Fêmina, nesta manhã, hospital
desta Cidade que integra o Grupo Hospitalar Conceição, inaugurou um setor de
Emergência que deverá atender às urgências em Obstetrícia e Ginecologia. Nós
sabemos que são milhares e milhares as mulheres grávidas que precisam de uma
atenção especial e que até então tinham uma enorme dificuldade de obter
atendimento. Pois bem, a partir de hoje, o Hospital Fêmina - Hospital do qual o
nosso nobre Presidente, Dr. Goulart, também é funcionário -, que tem uma enorme
aceitabilidade e é referência nessa área, realizará mais de cinco mil novos
procedimentos nessa unidade de Emergência. Sabemos nós que mais de 36% desses
atendimentos são feitos a pessoas que vêm do interior do Estado e que mais de
60% se referem a pessoas aqui da Capital. É importante as pessoas terem a
certeza de que, em caso de emergência, podem procurar aquela unidade hospitalar
pois serão atendidas. No Hospital Fêmina, a partir de hoje, as pacientes que
necessitam de atendimento de urgência e de emergência em Obstetrícia e
Ginecologia poderão ser atendidas 24 horas.
Nesse
sentido, queremos nos solidarizar à iniciativa desse Hospital, à iniciativa do
Grupo Hospitalar Conceição, mantido, sim, por verba federal, que vai dar a
possibilidade concreta de agregar ao Sistema Único de Saúde 100% de atendimento
pelo SUS. É por essa e por muitas outras razões que nós temos de comemorar o
Dia Internacional da Mulher com ações concretas, com ações visíveis, com ações
que vêm ao encontro das necessidades da população de Porto Alegre e do interior
do Estado do Rio Grande do Sul. Por essa razão nós entendemos que é preciso, sim,
investir em muitas dessas ações, principalmente na questão da Saúde Pública. Ao
contrário do que acontece em outras unidades de saúde e PSFs, que estão sendo
fechados. Isso nos dá uma tremenda preocupação, pois percebemos que, muitas e
muitas vezes, candidatos falam, durante a campanha, em prioridades, mas depois
não executam nada a respeito do que foi falado.
Vejam
o que aconteceu no Governo do Estado: ele transferiu para o Município, no ano
passado, apenas 0,65% do Orçamento estadual, quando, por lei, deveria
transferir, no mínimo, 10%, e não deu sequer um sinal no sentido de essa
questão ser prioridade. Vejam vocês, nobres colegas, a importância que tem a
questão da Saúde, mas, na grande maioria das ações que envolvem o Poder
Público, é feito exatamente o contrário do que é prometido na campanha
eleitoral. É nesse sentido, então, que nós queremos, aqui, reforçar as ações
que são feitas em nível de atendimento direto, em nível de contra-referência,
porque, às vezes, vai-se a uma unidade de saúde e não se recebe o
encaminhamento adequado no tempo permitido para poder salvar uma vida.
Agora as unidades de saúde de Porto
Alegre, como também os PSFs, poderão agora encaminhar pacientes para o Hospital
Fêmina, que acolherá essas pessoas,
essas senhoras que estão grávidas e que estão tremendamente preocupadas no
sentido de realizar o acompanhamento médico até ganharem os seus filhos.
Queremos parabenizar o Grupo Hospitalar Conceição por essa bela iniciativa.
Parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não havendo o quórum necessário para
entrarmos na Ordem do Dia, encerramos os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h20min.)
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